A Ilha do Fogo é do povo!

A Ilha do Fogo, localizada entre os municípios de Juazeiro-BA e Petrolina-PE é um dos principais pontos turísticos do Vale do São Francisco. Possui área praiana e é formada por uma rocha única. Seu terreno cresce ao poente, configurando um morro de aproximadamente 20 metros de altura. No seu ponto mais alto existe um cruzeiro que já serviu como guia para navegantes.

Muitas são as histórias locais em torno do surgimento do nome da Ilha do Fogo, em uma delas conta-se que nas noites de trevas densas um brilhante fogo iluminava o pico da ilha formada de uma gigantesca saliência de granito, daí o nome Ilha do Fogo. Já em outra história conta-se que indígenas ocupavam o local e acendiam fogueiras, chamando a atenção dos moradores do seu entorno. E também havia suposições de que quando os pescadores atracavam seus barcos no local, acendiam fogueiras no cair da noite. Reza uma lenda que na ponta da Ilha do Fogo existe uma grande serpente que foi amarrada por três fios de cabelos de Nossa Senhora das Grotas, Padroeira de Juazeiro-BA. De acordo com a estória, no dia em que a serpente se libertar, as cidades vizinhas serão inundadas. E, não ironicamente, nos contos regionais não faltam relatos de pessoas que afirmam veementemente terem visto a tal Serpente D’água.

De acordo com a Secretaria do Patrimônio da União, a Ilha foi cedida e é de responsabilidade de Petrolina-PE, no entanto, de acordo com o esclarecimento da própria cidade que foi atrás de órgãos responsáveis, o IBGE realizou uma pesquisa a pedido do Ministério Público de Pernambuco, para definição dos limites entre Pernambuco e Bahia. E nele foi comprovado que a ilha do Fogo pertence a Juazeiro-BA. Pontuando na ocasião que em uma audiência pública posterior foi definida a criação de um Projeto de Lei, que está em andamento, para que a divisão seja regulamentada.

No entanto, até os dias atuais infelizmente ainda não existe uma infraestrutura que atenda as necessidades da população frequentadora da Ilha e ainda há o excesso de lixo por todo o espaço. Em contrapartida, a sociedade civil vem cobrando de forma recorrente a elaboração de políticas públicas que tenham por objetivo a sua revitalização.

Somos um movimento apartidário, construído por membros da sociedade civil, e sem fins lucrativos. Movidos por um desejo de mudança e de manutenção de um espaço que é nosso e precisa de cuidados. A Ilha do Fogo é parte inerente da nossa história e cultura, e tem sido muito aproveitada por nossa juventude para lazer e esporte. Apesar disso, desejamos mais, pois sabemos e acreditamos no seu potencial para benefício público.

Portanto queremos, com a ajuda da sociedade civil, salvar a Ilha do Fogo através da sua revitalização e o resgate do nosso patrimônio cultural e histórico, bem como construir e propor um projeto de lei que vise efetivar políticas de manutenção e preservação do meio ambiente na Ilha.

É com base nisso que convidamos toda sociedade civil, seja ela frequentadora da Ilha do Fogo ou não, a assinar nosso manifesto, que tem por objetivo chamar a atenção das cidades em prol da revitalização desse espaço que é nosso. A ilha do Fogo é do povo! Assine já!

A Ilha do Fogo tem sido aproveitada pela população local, em especial pela juventude de ambas as cidades, pois com suas características lembram as praias do litoral. Costumam ser bastante procuradas aos finais de semana e tem fácil acesso através da Ponte Presidente Dutra, que corta o Rio São Francisco.

Nela, a população encontra um ambiente favorável à prática do lazer e esporte, entre elas a natação, passeio em caiaques, o beach voleibol, o futebol de areia, a peteca, o rapel na ponte, a canoagem, o “stand up paddle”, o “slackline” e o treinamento funcional.

Apesar disso, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Núcleo temático de Cultura do Movimento e Meio Ambiente (2014), organizado pela UNIVASF, por ser de fácil acesso a população mais vulnerável generalizou-se a opinião, entre as comunidades ribeirinhas, sobre o perfil de seus frequentadores. O que, de uma certa forma, produz uma marginalização e abandono da Ilha, por meio da sociedade civil e por meio das repartições públicas responsáveis. Ainda, de acordo com a pesquisa em questão, há como consequência direta o desinteresse pela preservação do meio natural da Ilha e do próprio Rio São Francisco.

Assine nosso manifesto!